A Guerra na Síria: Um Conflito que Parece Não Ter Fim

A guerra civil na Síria, que já ultrapassa 13 anos, voltou a ganhar destaque com avanços significativos dos rebeldes contra o regime de Bashar al-Assad. O conflito, iniciado no contexto da Primavera Árabe, já deixou mais de 500 mil mortos e continua a remodelar a geopolítica do Oriente Médio.

Recentemente, combatentes da Organização para a Libertação do Levante (HTS) intensificaram suas ofensivas. No sábado (7), tomaram áreas estratégicas, incluindo Homs, ponto crucial para a conexão entre Damasco e a costa mediterrânea, além de Sanamayn, localizada a apenas 20 km da capital. A província de Suweida também foi dominada, com bases militares abandonadas pelo exército sírio.

Avanços dos Rebeldes e Repercussões Internacionais

Os avanços rebeldes forçaram a retirada de mais de mil soldados sírios para o Iraque, onde muitos feridos estão sendo tratados. Enquanto isso, líderes do Irã, Rússia e Turquia reuniram-se em Doha, no Qatar, para buscar uma solução diplomática.

Apesar de ainda contar com apoio de aliados como Rússia, Irã e Hezbollah, a posição de Assad é fragilizada por fatores externos. O Irã enfrenta tensões com Israel, enquanto a Rússia está envolvida na prolongada guerra contra a Ucrânia.

O Papel do Grupo HTS no Conflito

O grupo Hayat Tahrir al-Sham (HTS) lidera as recentes investidas rebeldes. Reconhecido como uma organização terrorista pelos EUA e pela ONU, o HTS surgiu como braço sírio da Al-Qaeda em 2011. Seu líder, Abu Mohammed al-Golani, desempenhou papel central na transição de protestos pacíficos para a violência que marcou o início da guerra.

Nos últimos anos, o HTS tentou projetar uma imagem mais moderada, promovendo iniciativas de governança em territórios sob seu controle e reduzindo sua associação com extremistas. Contudo, o grupo ainda abriga facções armadas procuradas e permanece sob vigilância internacional.

Principais Atores Envolvidos no Conflito

O cenário da guerra é complexo, envolvendo diversos atores locais e internacionais:

• Bashar al-Assad: No poder desde 2000, Assad mantém seu governo com apoio de Rússia, Irã e Hezbollah. Contudo, sua posição é desafiada pela instabilidade regional.
• Hezbollah: O grupo libanês xiita luta ao lado de Assad, mas enfrenta pressão devido a conflitos com Israel.
• Estado Islâmico: Embora não tenha controle territorial, o grupo ainda opera através de células ativas na região.
• EUA e Israel: Ambos realizam ataques esporádicos contra alvos na Síria, especialmente forças ligadas ao Irã.
• Turquia: Atua com forças opositoras e mantém influência no norte da Síria.
• Curdos: Controlam áreas no nordeste do país e têm apoio dos EUA, apesar de conflitos com a Turquia.

Por Que o Conflito Escalou Novamente?

Três fatores principais contribuíram para o ressurgimento do conflito:

1. Os ataques frequentes de Israel contra o Hezbollah em território sírio.
2. O recente cessar-fogo entre Israel e Hezbollah no Líbano.
3. O redirecionamento de esforços da Rússia para sua guerra na Ucrânia.

Esses elementos enfraqueceram o regime de Assad, criando brechas para o avanço rebelde.

A Importância Estratégica de Aleppo

Aleppo, com sua rica história comercial e cultural, desempenha um papel central na guerra. Antes do conflito, era a segunda maior cidade da Síria, abrigando mais de 2 milhões de habitantes. Sua posição estratégica tornou-a alvo tanto de rebeldes quanto das forças governamentais.

Em 2016, após anos de intensos combates, Aleppo foi retomada por Assad com apoio aéreo russo. Contudo, ataques recentes, incluindo bombardeios israelenses, demonstram que a cidade ainda é um ponto de tensão na guerra.

O Futuro da Síria: Diplomacia ou Guerra?

Com um cenário político internacional desfavorável e conflitos internos persistentes, o futuro da Síria permanece incerto. Apesar das tentativas de mediação diplomática, o país ainda enfrenta desafios imensos para alcançar a paz. Enquanto isso, a população sofre com deslocamentos, violência e incertezas, tornando a resolução desse conflito uma prioridade global.

FAQ – Perguntas Frequentes

1. O que motivou a guerra civil na Síria?
A guerra começou em 2011, no contexto da Primavera Árabe, com protestos contra o regime de Bashar al-Assad. A repressão violenta do governo levou ao conflito armado, envolvendo diversos grupos rebeldes e potências internacionais.

2. Quem são os principais envolvidos no conflito?

• Governo Sírio: Liderado por Bashar al-Assad, com apoio de Rússia, Irã e Hezbollah.
• Rebeldes do HTS: Grupo jihadista que luta contra Assad e busca controle de territórios.
• Curdos: Controlam áreas no nordeste com apoio dos EUA.
• Turquia: Atua contra os curdos e influencia regiões ao norte da Síria.
• Israel e EUA: Realizam ataques a alvos ligados ao Irã na Síria.

3. Por que a guerra voltou a escalar em 2025?
O enfraquecimento do regime de Assad devido a conflitos externos, como a guerra da Rússia na Ucrânia e ataques israelenses ao Hezbollah, abriu espaço para novos avanços rebeldes.

4. Qual a importância estratégica de Aleppo?
Aleppo era a segunda maior cidade da Síria e um importante centro econômico. Retomada por Assad em 2016 com apoio da Rússia, continua sendo um alvo militar devido à sua localização estratégica.

5. O que esperar do futuro da Síria?
O cenário ainda é incerto. Apesar das tentativas diplomáticas, a instabilidade política e a presença de múltiplos grupos armados dificultam um acordo de paz definitivo.